quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Pouco se sabe sobre os processos mentais que ocorrem no nosso cérebro quando estamos criando algo. Entre o pouco que se sabe, a criatividade é decorrência de falhas no nosso raciocínio. Criatividade nasce nos meandros da consciência. É mais ou menos assim, quando você precisa explicar para alguém algo que não tem muito domínio, você inventa. É assim, quando vai narrar uma história que não se lembra muito bem, que há muitas lacunas e de alguma forma você incrementa a tal história com fatos e a interpreta de acordo com sua imaginação para dar mais emoção a conversa.
 
Apesar dos processos serem pouco conhecidos pela ciência, há um consenso, criatividade se desenvolve praticando. Assim como aprender um idioma, ou seja, se você está em uma situação de conflito você vai arrumar uma maneira de se comunicar e conseguir o que quer. Quem está sempre na zona de conforto pouco cria. Portanto é necessário que a gente se proponha desafios, seja pró ativo para deixar que a criatividade aflore na sua mente.

Há muitas maneiras de se praticar a criatividade, uma delas é copiando...

 - Copiando?

Sim, isso mesmo! Copiando métodos de trabalho de outros profissionais é possível entender alguns caminhos para desenvolver o seu próprio, mas cuidado, se levar este conselho muito a sério, você poderá ser processado por plágio. Assim, procurar compreender os métodos pode te ajudar a desenvolver o seu próprio lado criativo.


Ninguém aprende a tocar um instrumento musical compondo uma ópera logo no início dos estudos. Primeiro é necessário aprender a lógica do instrumento, as técnicas básicas de posicionamento corporal, as escalas musicais, as noções de harmonia e composição de acordes e as noções de ritmo. Para finalmente, tentar reproduzir uma simples canção dos Beatles com três acordes, por exemplo. Para quem já enfrentou este desafio sabe que, dependendo do instrumento, os primeiros seis meses servem para se familiarizar com ele, para somente depois pensar em seu próprio estilo de tocar, interpretar e até, quem sabe, compor algo.

Estudar arquitetura também implica em conhecer os clássicos e partir deles, criar coisas novas. Primeiro estudamos uma obra referencial sob diversos aspectos, como a estrutura, a proporção entre vigas e pilares, a iluminação natural, o trabalho topográfico para adaptar o edifício ao terreno e ao clima local, etc. Procuramos compreender como o trabalho técnico resultou nas questões estéticas ou vice versa, ou, como as questões sócio econômicas e histórico culturais possibilitaram a adoção de determinadas técnicas de composição espacial.  Após compreendermos tais questões é que estaremos aptos a tentar reproduzir ou se contrapor aos mesmos conceitos de ritmo, harmonia e proporção em uma obra própria. De qualquer forma, criando com base no que já existe.

O sujeito que se propõe a criar enfrenta momentos de frustração mais frequentes que os de satisfação. Sempre que acreditamos no acaso da harmonia, seja na música, na dança ou na arquitetura, quebramos a cara. O belo nunca será decorrência do acaso.

O limite entre a criatividade e a loucura é muito tênue e assim, desenvolvemos ao longo da vida mecanismos de auto censura que barram as  novas ideias devido ao nosso medo de parecer ridículo.

E você ? Está preparado para expor suas ideias livremente? Tem medo de parecer ridículo? Se sim, recomendo que não estude arquitetura, teatro, artes plásticas, música ou coisa parecida.
Ser criativo exige coragem e dedicação.

Para conhecer um pouco mais sobre a angústia do ato artístico de criar, recomendo que assistam ao filme Agonia e Êxtase de Carol Reed que trata dos conflitos de Michelangelo com o Papa Júlio II ao criar as pinturas do teto da Capela Sistina no Vaticano. O resultado da imagem é tão impactante que dificilmente algum cristão consegue imaginar algo diferente em relação à criação da vida. Não me comparo ao Michelangelo mas tenho lá também minhas angústias com muita frequência...


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